Dúvidas

Principais dúvidas sobre Dor de Cabeça

O termo “cefaleia” (conhecida popularmente como dor de cabeça) refere-se a qualquer desconforto ou dor que ocorra na região da cabeça. Pode ser de leve intensidade, moderada ou intensa.
As primeiras descrições sobre dores de cabeça datam de aproximadamente 4000-3000 a.C. (em poemas Mesopotâmios).

Representa a queixa mais comum nos pacientes que procuram auxílio de neurologistas, sendo que aproximadamente 98% das pessoas irão apresentar pelo menos um episódio de dor de cabeça ao longo da vida.

Dados dos Estados Unidos mostram que aproximadamente 45 milhões de pessoas apresentam dor de cabeça crônica (aquela que está presente por 3 ou mais meses) ou recorrente (crises de dor de cabeça que são alternadas com períodos sem dor).

A maioria das dores de cabeça possuem uma proporção aumentada de ocorrência nos indivíduos do sexo feminino, quando comparadas aos do sexo masculino.

Um dos grandes questionamentos de pacientes e familiares é em relação à realização de exames de imagem em cefaleia, principalmente devido ao receio da ocorrência de tumor cerebral ou aneurisma de vasos cerebrais.

Podemos dividir as dores de cabeça em dois grandes grupos:

  1. Primárias (são aquelas que não existe uma causa identificada, a título de exemplo, a enxaqueca, a cefaleia em salvas e a cefaleia do tipo tensional);
  2. Secundárias (são aquelas associadas a uma causa subjacente, como resfriado comum, sinusite bacteriana aguda, tumor cerebral, aneurisma de vasos cerebrais e meningite).

Felizmente, o primeiro grupo representa em torno de 90 % dos casos.

As cefaleias primárias são patologias marcadas principalmente pela dor de cabeça, sendo o principal sintoma e, em alguns casos, o único. Nesse tipo de dor de cabeça habitualmente a história clínica e o exame físico são normais, exceto pela presença da dor e sinais e sintomas acompanhantes (p. ex. náuseas e vômitos).

As cefaleias secundárias são doenças que podem cursar com dor de cabeça, porém, geralmente esse sintoma está acompanhado de outros sinais/sintomas (relacionados à doença causadora da cefaleia). A maioria dos casos apresentará alterações na história clínica e ao exame físico (em torno de 98% dos casos após 12 semanas de evolução).

Em alguns casos está indicada a solicitação de exames complementares, como tomografia de crânio, ressonância magnética e punção lombar (para a coleta de líquido cefalorraquidiano).

Quando suspeitar de uma cefaleia ou dor de cabeça secundária?

Sempre que houver a presença de qualquer uma das chamadas “características de alarme”, que são sinais e sintomas que apontam para uma patologia subjacente (cefaleia secundária). Essas patologias podem demandar o atendimento imediato do paciente, pela gravidade dessas doenças (p. ex. ruptura de aneurisma cerebral, tumor cerebral, hidrocefalia, meningite, encefalite e traumatismo craniano) ou serem de simples resolução (p. ex. resfriado comum, sinusite bacteriana aguda, faringite e otite).

Quais são as principais “características de alarme”?

  • Extremos de idade (menores de 6 anos ou maiores de 50 anos);
  • A dor de cabeça “mais forte da vida”;
  • Dor de cabeça com intensidade e/ou frequência progressivas;
  • Dor de cabeça que atinge o máximo de intensidade em até 1 minuto do início;
  • Cefaleia que acorda o paciente;
  • Cefaleia de início há menos de 6 meses e que não responde ao tratamento padrão;
  • Mudança do padrão habitual de dor do paciente;
  • Cefaleia com vômitos que predominem durante a manhã e/ou repetidos;
  • Cefaleia precipitada por exercício físico, tosse, mudança de postura (sentar, deitar ou ficar em pé) ou ato sexual;
  • Condições ou doenças sistêmicas (febre, emagrecimento, uso de medicações que abaixem a imunidade, infecções, tumores conhecidos pelo paciente e antecedente de traumatismo craniano);
  • Ausência de casos de dor semelhante na família;
  • Qualquer alteração ao exame neurológico.

Quais são as principais dores de cabeça primárias?

  1. Enxaqueca (migrânea);
  2. Cefaleia do tipo tensional (cefaleia “tensional”);
  3. Cefaleia em salvas.

Quando devemos solicitar ressonância magnética ou tomografia de crânio?

De acordo com o Colégio Americano de Radiologia, devemos solicitar nos seguintes casos:

  1. Presença de anormalidades ao exame neurológico (p. ex. fraqueza em um lado do corpo);
  2. Anormalidades detectadas na anamnese (p. ex. visão dupla, vômitos matinais e cefaleia relacionada ao sono);
  3. Presença de cefaleia em trovoada;
  4. Outras características de alarme (a depender da causa subjacente e da idade do paciente);
  5. Cefaleia pós-traumatismo craniano (alguns casos);
  6. Todas as cefaleias trigêmino-autonômicas (o principal exemplo é a cefaleia em Salvas);
  7. Alguns tipos especiais de enxaqueca (p. ex. oftalmoplégica, hemiplégica e retiniana);
  8. Dor de cabeça associada a crise convulsiva.

Por fim, salienta-se que toda dor de cabeça idealmente deve ser avaliada por um médico, de preferência um neurologista, uma vez que a indicação da realização de exames complementares será feita de forma particularizada.

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